
A Roda do Mundo
A roda do mundo virou – mil e uma vezes. As filhas da revolução tecnológica vieram ao mundo, com a promessa inequívoca de mudar tudo. Enquanto o mundo dos humanos continua recaindo nas suas mesmas mazelas de sempre, o mundo das máquinas anuncia que nunca mais será o mesmo.
Por dentro, também muda a roda do mundo do ser. Do descompasso à conciliação entre corpo e mente, entre sentir e mostrar. A transformação não está só nas máquinas; lembremos: é dela que a natureza é feita. A minha própria natureza se revelou numa dança hormonal, corporal, emocional, existencial.
O conflito original do paradoxo amoroso ganhou novas formas, mas, de algum modo, manteve os mesmos resultados, as mesmas sobras. Ainda sofrendo pelos mesmos homens que não merecem. Dando a sorte de, vez ou outra, esbarrar-me no espelho e encontrar-me, sozinha e comigo mesma. Mas o amor é maior que o paradoxo. Desejar o impossível nada mais é do que fazê-lo presente em minha carne e imaginação.
Ao mesmo tempo, já sou não mais a mesma. Graças a Deus, aos deuses, a Ísis, a Hécate e a Ganesha. Muito progresso em pouco tempo – devagar, mas estável. “Pequenos, grandes progressos.” Não me vejo no direito de reclamar. Chamam a isso de ser grata. Vivo como posso, cavando espaço para minhas ingênuas mordomias. A cada luta, aprendo e cresço, na dor.
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