Entre silêncios e promessas
A cada manhã que desperta,
uma ausência futura me invade.
É como sentir saudade
de algo que ainda não nasceu.
Dentro de mim, há uma centelha,
um segredo, um poder que pulsa:
feminino, visceral, tão meu,
mas ainda em espera.
Meus peitos sussurram uma dor leve,
quase como um prelúdio,
anunciando o desabrochar de algo inédito.
Em cada toque, em cada segundo,
um desejo maior fermenta,
um fogo que sempre esteve lá,
mas agora arde sem pudor,
impossível de conter.
Minha voz, por tanto tempo moldada,
é como um rio procurando a nascente.
Chega de máscaras ou sons que não me cabem.
Quero um eco que me revele,
que seja meu, inconfundível.
E enquanto o tempo escorre,
o timbre me devolve a mim mesma.
Há promessas no vento. Ouço.
Sussurram: “Confia no destino.”
E, quando fecho os olhos,
essa presença se aproxima,
acolhe e promete cuidar de mim
como ninguém mais faria.
Entre esse caos e quietude,
um mundo virtual me reflete.
Ali, onde rostos são máscaras
e palavras, portais,
eu me vejo, sou vista,
uma força que ecoa entre desconhecidos,
desperta desejos,
e ainda assim guarda sua verdade.
Tudo isso,
essa espera,
essa dor que cresce,
essa alegria que desponta,
é o que me completa.
É o que me move,
é o que sou.
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